Dawkins diz que mulher trans não é mulher. E canceladores ficam em fúria

 

Biólogo diz que continuam valendo os cromossomos XX

O biólogo evolucionista Richard Dawkins voltou a afirmar que do ponto científico mulher trans não é mulher porque, por motivo óbvio, a combinação de cromossomos se mantém inalterada: XX para o sexo feminismo.

Para ele, do ponto de vista científico, não há o que discutir: "Sexo é binário".

Não adiantou Dawkins explicar ao jornal Sunday Times que não é transfóbico, que respeita quem sente ter nascido em corpo errado, porque, ainda assim, suas afirmações alimentaram a fúria dos canceladores de reputação, tanto os da direita como os da esquerda.

Dawkins é acusado de usar a ciência para tergiversar porque, na verdade, ele não aceita os trans, os quais só chama pelos seus prenomes por cortesia. Ele seria, portanto, um reacionário.



Na entrevista ao Sunday, no trecho que chamou a atenção dos lacradores, o cientista britânico se refere ao historiador Jan Morris, que se assumiu como mulher:

“Ela se sentia uma mulher presa no corpo de um homem. Acho que é um fenômeno real. Eu tenho simpatia. Mas quando as pessoas trans insistem que você diz que ela é uma mulher, você redefine algo. Se você definir uma mulher como um ser humano com cariótipo XX, então ela não é uma mulher. Se você definir uma mulher como alguém que se identifica como mulher, sente que é mulher e talvez tenha feito uma operação, então, por essa definição, ela é uma mulher. Do ponto de vista científico, ela não é uma mulher. Do ponto de vista pessoal, ela é.”



Dawkins é o militante ateu mais conhecido em todo o mundo. Seu livro "Deus, um Delírio", best-seller mundial, fez com que muitas pessoas deixassem de acreditar em deuses. Escreveu mais de dez livros.

Ele diz o que pensa e a sua língua afiada atinge implacavelmente líderes religiosos em geral, mas principalmente os fanáticos de variadas matrizes, principalmente os temíveis adoradores de Maomé e de bombas assassinas. É tido como islamofóbico, mas ele diz que, na verdade, é religiofóbico.



Mas agora, aos 80 anos, Dawkins se abateu um pouco com o clamor de lacração que vem da esquerda, onde ele afirma que se situa.

“Fico muito mais ferido com os ataques da esquerda. Quando recebo cartas de ódio do meu próprio povo, dói, porque recebê-las dos criacionistas não me machuca.”



Admitiu que passou a se autocensurar. “Não é uma coisa que eu tenha feito ao longo da minha vida, sempre falei o que penso abertamente. Mas agora estamos em uma época em que, se você falar abertamente o que pensa, arrisca-se a ser pego e condenado.”

No início de 2021, Dawkins foi cancelado pela American Humanist Association, que cassou o prêmio Humanista do Ano que lhe fora concedido em 1996.

Dawkins entrou na mira dos canceladores de reputação em 2015, quando escreveu no Twitter: "Alguns homens optam por se identificar como mulheres e algumas mulheres optam por se identificar como homens. Você será vilipendiado se negar que eles são literalmente o que se identificam. Discutir."



Até hoje o cientista é indagado sobre essa afirmação.

Na época, ele levantou essa questão a propósito do caso Rachel Dolezal, uma branca que fingia ser negra, chegando a presidir em 2015 a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor. Ao ser descoberta, ela foi execrada pela opinião pública.

Quanto a isso, o ponto que Dawkins levantou é o de que, se uma pessoa pode escolher socialmente o seu sexo, ela também poderia fazê-lo em relação à cor.  Até porque, argumenta, "a raça é muito mais um espectro".

“A maioria dos afro-americanos é mestiça, então realmente existe um espectro. Alguém que parece branco pode até se chamar de preto, pode ter uma [herança africana] muito tênue. Pessoas que têm um bisavô que é nativo americano podem se autodenominar nativos americanos. Sexo, por outro lado, é bastante binário. Portanto, aparentemente, seria mais fácil para alguém se identificar com a raça que escolheram. Se você tem mãe negra e pai branco pode pensar que pode escolher como se identificar.”


Para Dawkins, o que está em jogo é algo muito maior, e a maioria das pessoas não se dá conta disso.

Ele argumentou que, na real, o 'iliberalismo' de esquerda está ajudando a fortalecer o populismo da direita, reforçando o discurso daqueles que pensam como Donald Trump. Isso ocorre, por exemplo, toda vez que um professor é cancelado em uma universidade.

O próprio Dawkins já não tão solicitado para palestras como antes.


Dalkins 'crucificado": foto usada
na capa de seu novo livro, Flights
of Fancy: Defying Gravity by
Design and Evolution


Com informação de Sunday Times, The Times e de outras fontes.  fonte https://www.paulopes.com.br