ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 4 / Revista nº 64

 


A Evolução do Profetismo em Israel
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Lições Bíblicas nº 64

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 Samuel 9.3-6,9,10; 17-20
3 - E perderam-se as jumentas de Quis, pai de Saul; pelo que disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos moços, e levanta-te, e vai a buscar as jumentas.
4 - Passou, pois, pela montanha de Efraim e dali passou à terra de Salisa, porém não as acharam; depois, passaram à terra de Saalim, porém tampouco estavam ali; também passou á terra de Benjamim, porém tampouco as acharam.
5 - Vindo eles, então, à terra de Zufe, Saul disse para o seu moço, com quem ele ia: Vem, e voltemos; para que, porventura, meu pai não deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de nós.
6 - Porem ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e homem honrado é; tudo quanto diz sucede assim infalivelmente; vamo-nos agora lá; porventura, nos mostrará o caminho que devemos seguir.
9 - (Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente.)
10 - Então, disse Saul ao moço: Bem dizes; vem, pois, vamos. E foram-se à cidade onde estava o homem de Deus.
17 - E, quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe disse: Eis aqui o homem de quem já te tenho dito. Este dominará sobre o meu povo.
18 - E Saul se chegou a Samuel no meio da porta e disse: Mostra-me, peço-te, onde está aqui a casa do vidente.
19 - E Samuel respondeu a Saul e disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto; e comei hoje comigo; e pela manhã te despedirei e tudo quanto está no teu coração to declararei.
20 - E, quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não ocupes o teu Coração com elas, porque já se acharam. E para quem é todo o desejo de Israel? Porventura, não é para ti e para toda a casa de teu pai?

TEXTO ÁUREO
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. 2 Pedro 1.21

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Números 12.1-8
Moisés, um profeta especial
3ª feira 1 Samuel 9
Saul e seu servo consultam Samuel
4ª feira - 2 Samuel 7.1-13
Deus manda Natã corrigir a palavra que dera a Davi
5ª feira 1 Reis 17.1-7
Surge Elias, confrontando e manifestando grande poder
6ª feira Isaías 6.11-13
A destruição anunciada
Sábado - Jeremias 29.11-13
Deus tem planos de restaurar o Seu povo

COMENTÁRIO
Palavra introdutória 
Os profetas do Antigo Testamento estão comumente divididos em: Profetas Maiores e Profetas Menores. No entanto, nesta lição, será utilizada a divisão da Bíblia Hebraica, que os classifica como: profetas anteriores e profetas posteriores. Didaticamente, essa divisão pode tornar o assunto mais fácil de ser acompanhado e apreendido. Entretanto, antes de entrar no assunto propriamente dito, é conveniente observar dois profetas que não estão incluídos nestas divisões: Abraão e Moisés.

1. ANTECEDENTES DO MINISTÉRIO PROFÉTICO
Dois personagens, cujas histórias não estão narradas nos livros proféticos, merecem ser estudados separadamente. Quer por causa de suas envergadura no plano espiritual, quer pelo fato de serem denominados de profetas pelo texto sagrado.

1.1. Abraão
O próprio Deus chamou-o de profeta, quando declarou Abimeleque: (...) Porque profeta é e rogará por ti (Gn 20.7). É verdade que a Bíblia não registra uma única profecia de Abraão. Por outro lado, ele foi fundamental para os planos de Deus. Não era profeta no sentido ministerial, mas desfrutava de profunda comunhão com Deus, o que fazia suas orações serem ouvidas. Uma característica profética.
Além da intimidade com Deus, existe o fato de Abraão ter sido separado por Ele para um propósito, que envolvia toda sua vida e seus descendentes diretos. O que justifica o fato de eles também terem sido assim chamados (SI 105.13-15). 

1.2. Moisés
A partir de Moisés, o título de profeta assume contornos mais vívidos. Ele tornou-se uma espécie de modelo para os verdadeiros profetas. No sentido mais estrito do termo, ele não exerceu a função profética; no entanto, foi, de fato, um profeta hors-concours (Dt 34.10).
Moisés foi chamado por Deus e enviado de volta ao Egito com uma missão. Ele tinha uma mensagem clara a entregar; além disso, predisse as dez pragas; realizou milagres; colocou-se como mediador entre Deus e o povo e profetizou sobre a vinda do Messias (Dt 18.15).
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Os profetas de Israel foram os porta-vozes de Deus à nação, durante a crise nacional. Quando Israel estava em cativeiro no Egito, Deus chamou Moisés como Seu porta-voz. Estudiosos acreditam que o ministério de Moisés estabeleceu as bases para o cargo profético em Israel (Dt 18.15-22; Os 12.13) (VARUGHESE, Central Gospel, 2012, p. 207).
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2. PROFETAS ANTERIORES
São os profetas que têm suas histórias narradas entre os livros históricos do Antigo Testamento. Esses profetas surgiram no livro dos Juízes e atuaram durante a monarquia e parte do reino dividido. Nesse tempo, ser profeta era sinônimo de alguém que experimentava transes e entrava em êxtase. São chamados de videntes, comerciantes de oráculos.

2.1. O profeta Samuel
A partir de Samuel, o ministério profético assume os moldes em que se encaixam os profetas futuros (1 Sm 3.1-11,21; 1 Sm 13.7-15; 15.10-23;1 Sm 16) O apóstolo Pedro coloca-o como o marco inicial de uma nova classe profética (At 3.24).
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Não temos qualquer registro de atividade profética nos primórdios do estabelecimento de Israel em Canaã (1 Sm 3.1). Samuel aparenta ser a primeira pessoa a ocupar o cargo, depois de Moisés (1 Sm 20-21), pois era conhecido por todo o Israel como profeta. O último porta-voz de Deus mencionado no AT é Malaquias, datado de meados do quinto século a.C. (VARUGHESE, Central Gospel, 2012, p. 207).
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2.2. Durante a monarquia
Os profetas desse período (século nono a.C.) tornaram-se uma espécie de funcionários do rei, ganhando o sustento por meio das previsões solicitadas pelos monarcas. Isso certamente banalizou o termo nabi (que veio a significar profeta). Dois profetas destacam-se nesse período: Gade, também conhecido como vidente de Davi (1 Cr 21.9; 1 Sm 22.5), e Nată, frequentador assíduo da corte do rei (2 Sm 7.3; 12.1-15).

2.3. Durante o reino dividido
A partir da divisão das 12 tribos de Israel entre Reino do Norte e Reino do Sul surgem grandes profetas, como Elias e Eliseu. Nesse período, o ministério profético já assumira seu formato definitivo.

2.3.1. Elias
Elias foi um profeta itinerante, sem vinculação a um rei ou a um santuário. Aparece sem aviso e desaparece de forma imprevisível. A sua maior batalha foi contra o culto a Baal e, por conseguinte, contra seus profetas. Elias foi o representante de Deus em um período critico da nação de Israel. Sem sua atuação firme e vigorosa, é provável que a nação tivesse perdido sua identidade monoteísta, e seguido o caminho do sincretismo e da idolatria.

2.3.2. Eliseu
Discípulo e continuador do ministério de Elias, apresenta-se com duas características dominantes: um profeta realizador de milagres e protagonista em movimentos políticos de sua época.
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OS FILHOS DOS PROFETAS:
Formam o grupo de aprendizes de profetas, ligado ao profeta Eliseu. Alguns eram casados (2 Rs 4.1); contavam com a ajuda de alguém (2 Rs 4.8); tinham uma vida comunitária; comiam o que o ministério de Eliseu lhes proporcionasse (2 Rs 4.38-41). Com uma vida simples, davam-se a diversas atividades (2 Rs 6.1-7).
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3. OS PROFETAS POSTERIORES
São os profetas que exerceram seus ministérios a partir dos tempos de Isaías, passando pelo cativeiro, retorno e restauração, até Malaquias.
Em contraste com os profetas anteriores, chamados ainda de videntes, estes profetas são intérpretes da Lei Mosaica e escritores. Ao passo que aqueles profetas tinham mensagens reformistas, os profetas posteriores pregam mensagens mais contundentes, anunciando o fim do sistema, o fim do perdão de Deus.

3.1. Um novo significado para profetizar
Vemos que os profetas anteriores atuavam um por vez, mas, agora, há grandes profetas convivendo em uma mesma época: Amós, Oseias, Isaias e Miqueias - um ato de misericórdia divina, visando ao surgimento de uma consciência de pecado e a uma consequente mudança de atitude. No entanto, sabe-se que as mudanças não aconteceram; apesar de tantas mensagens e de tantos profetas, o povo seguiu obstinado em seus pecados.

3.2. O cativeiro
Como consequência da dureza de coração e dos pecados do povo, as tribos do Norte foram levadas cativas pelo Império Assírio (722 a.C.). Cerca de 116 anos depois, as tribos do Sul experimentaram o cerco e a queda de Jerusalém pelas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Apesar de ímpio, esse rei foi instrumento de Deus para fazer cumprir as profecias que destruiriam a antiga tradição. Por intermédio dele, o exílio tornou-se realidade, e o povo foi afastado da terra prometida a Abraão, conquistada por Moisés e Josué, e ampliada por Davi. Durante o cativeiro, surgem três grandes nomes do Antigo Testamento: o profeta Jeremias, atuando entre os remanescentes pobres, deixados em Jerusalém; O profeta Ezequiel, que profetizou entre os exilados na Babilônia; e Daniel, um profeta com forte atuação na corte babilônica.

3.3. A restauração
Durante o cativeiro, toda uma geração de judeus cresceu embalada por canções de ódio aos estrangeiros. Até que Ciro, um rei persa, conquista a Babilônia (539 a.C.) e torna-se o instrumento divino para enviar o povo de volta à capital, Jerusalém. Pela instrumentalidade de Ciro, os judeus tiveram a chance de resgatar a identidade nacional - longe da glória dos dias de Davi e Salomão, mas curados do pecado da idolatria.

CONCLUSÃO
O fenômeno do profetismo apresenta múltiplas dificuldades, quando se pretende estudá-lo como um movimento continuado na história de Israel. Ele não é homogêneo em sua mensagem nem em suas manifestações mesmo que estejamos tratando de profetas de uma mesma época.
Muitas são as variáveis que poderiam influenciar essas diferenças: o propósito para o qual cada profeta era chamado; o contexto social, politico e econômico de sua época etc. Tudo isso definia e distinguia os profetas e suas profecias, fazendo com que o ministério profético assumisse novas matizes e novos contornos.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Quais foram os dois profetas mais importantes durante reinado de Davi?

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 64 - Central Gospel


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