Imagem extraída da internet. |
DRAGÕES DA ANSIEDADE.
>> Mat 14. 22- 33 <<
A ansiedade pode nos fazer ganhar uma experiência, mas nos fazer perder uma lição que servirá para a vida toda. Isso resume o pano de fundo de uma das passagens mais celebradas da Bíblia (Mt 14. 22- 33). Pedro deveria esperar Jesus entrar no barco, mas sua alma ainda era governada pelas incertezas, verdade essa, que define bem a ansiedade.
A ansiedade atrapalha as lições que Deus quer nos ensinar nas dificuldades. E dificuldades era algo que aqueles discípulos iriam enfrentar por quase toda a vida e ministério, por isso, naquela noite Jesus avançou não apenas sobre a escuridão da noite, mas sobre a escuridão que mantinha a alma daqueles homens em estado de ansiedade.
A ansiedade comunica a alma que algo ruim sempre está às portas para acontecer, como morrer afogado, ver um fantasma ou morrer pelas duas coisas ao mesmo tempo. A ansiedade produz quase que exatamente o oposto da fé (Rm 8. 28a). A ansiedade nos leva ao falso fato que não existem razões para algo bom acontecer, mesmo quando esse “algo bom” está diante de nossos olhos. A ansiedade como bem descobrimos aqui não nos fornece razão alguma para confiar nas evidências.
Pedro deveria ter esperado Jesus entrar no barco. Mas pediu para sair dele quando ainda não estava pronto para ignorar a escuridão e frieza da tempestade. Ao se colocar sobre às águas agitadas e geladas viu ser desperto os dragões de ansiedade que dormiam no fundo, não do mar, mas de seu coração. A ansiedade é um monstro impiedoso que não desperdiça oportunidade de arrastar para seu domínio o coração de marujos inexperientes.
Pensávamos que Pedro e seus amigos já se encontravam curados de tal mal, desde os dias do “sermão do monte”, quando Jesus declarou a derrota de uma vida ansiosa ao falar dos lírios do campo, de como Deus Pai cuidava deles e os vestia de esplendor. Quando falou dos pardais, alegres e valiosos penduricalhos de um céu azul. Na verdade, o dragão no coração de Pedro tinha pisoteado os lírios e mastigado os pardais e procurava então vítimas mais encorpadas e suculentas.
O Mestre vinha para falar sobre coisas que deixam os nossos corações em paz em toda e qualquer circunstância, fruto de uma verdade que Ele colheu enquanto estava no monte, orando à parte. Não era uma noite para se ministrar lições de fé sobrenatural, mas de um viver sobre-excelente, todavia o zoológico emocional de Pedro atrapalhou todo o planejamento de Jesus. Em anos mais à frente, todo esse zoológico do coração de Pedro será revelado e vencido de uma vez por todas (At 10. 12).
Naquela noite, mais uma vez, as mãos fortes e firmes que sustentam os lírios e que protegem os pardais agiram para derrotar os dragões que habitam nas profundezas de corações distraídos. Se Pedro já tivesse vencido seus medos, dominado seu temperamento e se tornado senhor de suas emoções, aquela seria a noite de dormir no barco e aprender grandes coisas com a chegada de Jesus.
Mas não faltaria a Pedro tempestades e noites escuras. Oportunidades perfeitas para a fazer a fé confiar com a confiança que nos permite sempre aprender novas e preciosas lições (At 12. 6).
Ney Gomes – 29/05/2021. Twitter@neygms
"Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo." 1 Timóteo 4.10
fonte https://graosdeentendimento.blogspot.com