Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique
Lição 8, Paulo, o Discipulador de Vidashttps://www.youtube.com/watch?v=vFR5h6hmub4 subsídio -
“E, Paulo tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de DEUS. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.” (At 15.40,41) VERDADE PRÁTICA
O discipulado cristão forma discípulos de CRISTO para que o imitem de forma que DEUS seja glorificado na sociedade. LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 28.19,20 O discipulado é uma ordem do Senhor
Terça - At 2.14-41 A pregação como ponto de partida
Quarta - At 2.42-47 O discipulado como formação na Igreja Primitiva
Quinta - Fp 4.8,9 O discipulado nos faz pensar nas coisas mais elevadas
Sexta - Cl 3.21 O discipulado nos faz buscar as coisas que são de cima
Sábado - 1Co 10.31 Discipulados a fim de viver para glória de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.42-47; 20.1-4
Atos 2.42 - E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43 - Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44 - Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 - Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46 - E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 - louvando a DEUS e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Atos 20.1 - Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedônia.2 - E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. 3 - Passando ali três meses e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia. 4 - E acompanhou-o, até à Asia, Sópatro, de Bereia, e, dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo, e Gaio, de e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.
2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES.A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária.(1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6).(2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26).(3) O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos novos crentes (ver At 2.39), e sua presença e poder se manifestarão.(4) Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (At 2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18).(5) Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério quíntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12).(6) Os crentes expulsarão demônios (At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17).(7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de Deus e à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15).(8) No primeiro dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de Deus escrita e das manifestações do Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17).(9) A igreja manterá a humildade, reverência e santo temor diante da presença de um Deus santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15).(10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9).(11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8).(12) Haverá amor e comunhão no Espírito evidente entre os membros (At 2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da congregação local como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8).(13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).(14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16).(15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).(16) A igreja trabalhará ativamente para enviar mis-sionários a outros países (At 2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16 características práticas entre seus membros.
CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT freqüentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (At 1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de Deus é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14).
OBJETIVO GERAL - Revelar a missão integral da Igreja no Discipulado: pregar e ensinar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Relacionar o apóstolo Paulo com o discipulado bíblico;
Salientar a integralidade da missão no Discipulado: pregar e ensinar;
Ponderar o discipulado com pessoas de outras culturas.
Resumo da Lição 8, Paulo, o Discipulador de VidasI – PAULO E O DISCIPULADO BÍBLICO
1. O discipulado bíblico.2. Paulo, o discipulador.3. A metodologia de Paulo para o discipulado.II – O DISCIPULADO E A MISSÃO INTEGRAL DE PREGAR E ENSINAR
1. A pregação: o ponto de partida.2. O Ensino: “fazer discípulos”.3. Pregação e ensino.III – O DISCIPULADO COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS
1. A pregação para os seus irmãos.2. A expansão para os gentios.3. O discipulado numa cultura diferente.
DISCIPULADO - Pr. HenriqueDiscipulado é fazer o discípulo parecido com CRISTO.
O discipulado não tem fim, mas tem objetivo: fazer o discipulo gerar outro discípulo.
DISCIPULADO
O verdadeiro discipulado estimula a leitura da bíblia completa, a frequência na EBD e a evangelização, enquanto ministra o batismo nas águas e o batismo com o ESPÍRITO SANTO a todos novos convertidos.
Doutrinas cristãs básicas
Hb 6. PELO que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do
1- arrependimento das obras mortas e da
2- fé em Deus,
3- E da doutrina dos baptismos, e da
4- imposição das mãos, e da
5- ressurreição dos mortos, e do
6- juízo eterno.
A Comunidade dos Discípulos - Atos 2:42-47 - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Falamos frequentemente da igreja primitiva e nos referimos a ela e sua história. Nestes versículos, temos a história da igreja verdadeiramente primitiva, dos seus primórdios, da sua legítima infância. É o estado de sua maior inocência.
I
Os cristãos da igreja primitiva guardavam rigorosamente as ordenanças santas e eram profusos em todo tipo de devoção e piedade, pois o cristianismo, reconhecido em seu poder, coloca a alma em posição de ter comunhão com Deus em todas as maneiras em que Ele nos fez para conhecê-lo e prometeu nos conhecer.
1. Os primeiros cristãos eram diligentes e constantes em reunir-se para ouvir a pregação da palavra. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos (v. 42), sem jamais repudiá-la ou abandoná-la. Ou, conforme outra leitura: “Eles se mantinham constantes no ensino ou instrução dos apóstolos”. Pelo batismo, eles foram discipulados a aprender, ficando propensos ao ensino. Veja que aqueles que se entregam a Jesus devem estar plenamente cônscios da obrigação de ouvir sua palavra, pois assim lhe prestam honras e se edificam a si mesmos sobre a sua santíssima fé (Jd 20).
2. Os primeiros cristãos persistiam na comunhão dos santos. Eles continuaram firmes na comunhão (v. 42), perseverando unânimes todos os dias no templo (v. 46). Essa comunhão consistia no amor uns pelos outros e num rico relacionamento social entre eles. Tratava-se de um povo muito unido. Quando se retiraram da geração perversa, não viraram ermitões, mas se achegaram ainda mais uns aos outros e aproveitavam toda oportunidade para se reunirem. Onde quer que haja um discípulo, tem de haver mais, uma vez que são gente da mesma origem e essência. Veja como estes cristãos amam uns aos outros. Eles se preocupavam uns com os outros, demonstravam simpatia mútua e, de coração aberto, defendiam as causas uns dos outros. Comungavam juntos na adoração religiosa. Reuniam-se no templo: esse era o lugar do encontro, pois nossa comunhão conjunta com Deus é a melhor comunhão que podemos ter uns com os outros (1 Jo 1.3). Observe: (1) Os cristãos da igreja primitiva estavam todos os dias no templo (v. 46), não só nos sábados e nas festas solenes, mas em outros dias, diariamente. Adorar a Deus tem de ser nossa atividade diária, e, sempre que houver oportunidade, quanto mais vezes fizermos publicamente melhor. O Senhor ama as portas de Sião (Sl 87.2), e devemos imitá-lo. (2) Os cristãos da igreja primitiva eram unânimes (v. 46). Não havia discórdia ou discussão entre eles, somente amor santo. Com prazer e entusiasmo, eles se reuniam nos cultos públicos. Embora se agregassem aos judeus nos pátios do templo, os cristãos mantinham reuniões exclusivamente suas e eram unânimes em suas orações separadas.
3. Os primeiros cristãos juntavam-se na ordenança da Ceia do Senhor. Eles perseveravam [...] no partir do pão (v. 42), celebrando o memorial da morte do Mestre, como pessoas que não se envergonhavam de relacionar-se e depender de Jesus Cristo e este crucificado (2 Co 2.2). Eles não podiam deixar de lembrar a morte de Cristo, por isso mantinham este momento comemorativo e o tornaram prática constante, porque era uma instituição de Cristo a ser transmitida às eras sucessivas da igreja. Eles repartiam o pão em casa, kat oikon – de casa em casa. Não julgavam adequado celebrar a Ceia do Senhor no templo, visto que isso era peculiar aos estabelecimentos cristãos. Por isso, ministravam essa ordenação em casas particulares, escolhendo as casas dos cristãos convertidos conforme a praticidade, às quais os vizinhos se dirigiam. Eles iam de uma a uma destas pequenas sinagogas ou capelas domésticas, casas que continham igrejas, e lá celebravam a Ceia do Senhor com as pessoas que normalmente se reuniam ali para adorar a Deus.
4. Os primeiros cristãos perseveravam [...] nas orações (v. 42). Depois que o Espírito foi derramado, como também antes enquanto o esperavam, eles permaneceram imediatamente em oração. A oração jamais será substituída até que venha a ser absorvida no louvor perpétuo. O partir do pão se coloca entre a obra e a oração, pois se liga a ambas, e é uma forma de assistência apara ambas. A Ceia do Senhor é um sermão para os olhos e uma confirmação da palavra de Deus para nós. É um incentivo para as nossas orações e uma expressão solene da ascensão de nossa alma a Deus.
5. Os primeiros cristãos abundavam em ação de graças; sempre estavam louvando a Deus (v. 47). O louvor deve ser parte de toda oração e não algo a ser escondido num canto. Aqueles que recebem o dom do Espírito Santo devem ser ricos em louvores a Deus.
II
Os cristãos da igreja primitiva amavam uns aos outros e eram muito gentis. Suas obras de caridade eram tão valorosas quanto sua devoção. Suas reuniões nas santas ordenanças uniam os corações uns aos outros, tornando-os muito estimados e amados entre eles mesmos.
1. Os primeiros cristãos tinham freqüentes reuniões para convivência cristã: Todos os que criam estavam juntos (v. 44). Não era que todos esses milhares de pessoas estivessem em um lugar só (isto seria impraticável), mas, como explica o Dr. Lightfoot, que eles se reuniam em diversos grupos ou congregações, segundo a língua, a nação ou outra forma de associação que os mantivesse unidos. E assim se unindo, por estarem separados daqueles que não criam e por estarem na mesma categoria religiosa e prática dos deveres religiosos, o texto diz que eles estavam juntos, epi to auto. Eles se mantinham juntos e, assim, expressavam e aumentavam o amor mútuo.
2. Os primeiros cristãos tinham tudo em comum (v. 44). Talvez tivessem mesas comuns (como os antigos espartanos) para temperança, convivência, troca de idéias e ausência de formalismo. Eles comiam juntos (v. 46) para que os que tivessem muito pudessem repartir suas posses e, assim, se livrassem das tentações da abundância; e os que tivessem pouco recebessem uma porção maior e, então, se guardassem das tentações da necessidade e pobreza. Ou havia entre eles tamanha preocupação e prontidão em ajudar uns aos outros sempre que havia oportunidade que se podia dizer: eles tinham tudo em comum de acordo com a lei da amizade e benevolência. Um não queria o que o outro tinha, pois poderia tê-lo se o pedisse.
3. Os primeiros cristãos eram muito alegres e generosos no uso do que tinham. Além do aspecto religioso que havia nos banquetes sagrados (o partir do pão de casa em casa), grande parte disso aparecia nas refeições comuns: eles comiam as refeições juntos com alegria e singeleza de coração (v. 46). Eles levavam para casa o consolo da mesa do Senhor, fato que trazia duas boas conseqüências: (1) Esta prática tornava os cristãos da igreja primitiva muito amáveis e lhes aumentava o gozo santo do coração. Eles comiam o pão com alegria e bebiam vinho com bom coração, sabedores de que Deus se agradava das obras que praticavam (Ec 9.7). Ninguém tem mais motivos para ser alegre do que cristãos bondosos. É lamentável que não haja tantos corações assim hoje em dia. (2) Esta prática tornava os crentes da igreja primitiva muito liberais com os irmãos pobres e lhes aumentava a caridade do coração. Eles comiam juntos com alegria e singeleza de coração, en apheloteti kardias – com liberalidade de coração. Assim, segundo alguns. Eles não comiam seus bocados sozinhos, mas recebiam alegremente os pobres à mesa, não de má vontade, mas com sincera liberdade. Veja que convém aos cristãos serem francos e generosos, semeando com abundância em toda boa obra, como pessoas em quem Deus semeou com abundância e espera colher outro tanto.
4. Os primeiros cristãos angariaram fundos para obras assistenciais: Eles vendiam suas propriedades e fazendas (v. 45). Alguns venderam suas terras e casas, outros, seus animais e a mobília de casa e repartiram o dinheiro com os irmãos, segundo cada um tinha necessidade. O propósito não era acabar com as propriedades (segundo o Sr. Baxter), mas com o egoísmo. Por essa atitude, eles tinham provavelmente em vista o mandamento que Jesus deu ao jovem rico como teste de sinceridade: Vende tudo o que tens [e] dá-o aos pobres (Mt 19.21). A intenção não era para servir de modelo de lei obrigatória e permanentemente, como se todos os cristãos de todos os lugares do mundo fossem forçados a vender suas propriedades e dar o dinheiro para as obras assistenciais. As epístolas de Paulo, escritas depois deste fato, falam da distinção entre ricos e pobres. O próprio Jesus disse: Sempre tendes convosco os pobres (Mt 26.11), e os ricos sempre têm de fazer o bem com os salários, rendimentos e lucros de suas propriedades. Eles se tornariam impossibilitados de cumprir tal determinação, caso tivessem de vender todos os seus bens e dar tudo de uma vez. Portanto, esta situação consistia num caso à parte. (1) Os cristãos da igreja primitiva não estavam sob a obrigação de um mandamento divino para fazer isso, como se deduz das palavras de Pedro a Ananias: Não estava em teu poder? (Atos 5.4). Mas era exemplo extremamente elogiável de sua superioridade sobre o mundo, do desprezo que lhe davam, da certeza de existir outro mundo, do seu amor pelos irmãos, da compaixão pelos pobres e do grande zelo à promoção do cristianismo e cuidado em seus primórdios. Os apóstolos deixaram tudo para seguir Jesus e dedicar-se totalmente à palavra e oração. Por conseguinte, algo tinha de ser feito para seu sustento. Esta liberalidade extraordinária era semelhante à que Israel teve no deserto para a construção do tabernáculo – liberalidade que precisou ser contida (Êx 36.5,6). Nossa regra é dar conforme Deus nos abençoou. Não obstante, numa situação extraordinária como esta, é digno de louvor aqueles que dão ainda acima do seu poder (2 Co 8.3). (2) Os cristãos da igreja primitiva que procederam desse modo eram judeus, e quem cria em Jesus sabia que a nação judaica logo seria destruída, ocasionando um fim à posse de propriedades e bens. Nessa certeza, eles os vendiam para a obra de Jesus Cristo e sua igreja.
III
Deus reconhecia os crentes da igreja primitiva como filhos e lhes dava provas surpreendentes da sua presença entre eles: Muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos (v. 43). Eram milagres de diversos tipos que confirmavam a doutrina apostólica e comprovavam incontestavelmente ser ela proveniente de Deus. Quem podia fazer milagres podia sustentar milagrosamente a si e aos pobres de sua comunidade, como Jesus alimentou milhares de pessoas com um pouco de comida. Mas era para maior glória de Deus que o sustento viesse pelo milagre da graça (inclinando as pessoas a vender suas propriedades) do que se viesse pelo milagre da natureza.
Mas o ato de Deus lhes dar poder para fazer milagres não foi tudo que Ele fez por eles: Todos os dias acrescentava o Senhor à igreja (v. 47). A palavra na boca dos apóstolos fazia maravilhas, e o Senhor abençoava seus esforços em aumentar o número de crentes. Perceba que é obra de Deus acrescentar almas à igreja, fato que gera grande alívio e consolo nos ministros e cristãos.
IV
Os não-cristãos (os de fora, os curiosos, os espectadores) eram influenciados pelos milagres dos primeiros cristãos. 1. Na igreja primitiva, os não-cristãos temiam os cristãos e tinham profundo respeito por eles: Em cada alma havia temor (v. 43), quer dizer, em quase todos que viam as muitas maravilhas e sinais feitos pelos apóstolos. O medo era que a falta do devido respeito trouxesse desgraça à nação dos não-cristãos. O povo tinha muito medo dos cristãos, como Herodes teve muito medo de João Batista. Embora não tivessem pompa exterior que obrigasse respeito exterior, como as vestes compridas dos escribas lhes ocasionavam as saudações nas praças (Lc 20.46), os cristãos possuíam abundância de dons espirituais que eram verdadeiramente honrosos, gerando nos não-cristãos extrema reverência por eles. O medo vinha sobre cada alma. A alma das pessoas era estranhamente influenciada pela tremenda pregação e majestosa vida dos apóstolos. 2. Na igreja primitiva, os cristãos caíam na graça dos não-cristãos (v. 47). Embora tenhamos razão para pensar que havia aqueles que menosprezavam e odiavam os cristãos (como seguramente faziam os fariseus e os príncipes dos sacerdotes), os não-cristãos em sua maioria eram bondosos e amáveis para com eles: os cristãos da igreja primitiva caíam na graça de todo o povo. Jesus foi tão violentamente vilipendiado e menosprezado pela multidão que clamava: Crucifica-o! Crucifica-o! (Lc 21.23), que se pensaria que sua doutrina e seguidores jamais se interessariam pelo povo comum. Mas aqui o texto sacro nos informa que os cristãos estavam na graça de todos os não-cristãos, dando a entender que o povo perseguiu Jesus em virtude de um tipo de força que lhe sobreveio pela esperteza dos sacerdotes. Mas agora o povo caiu em si e voltou ao bom juízo. Observe que a devoção sincera e a caridade aberta inspiram respeito e que a alegria em servir a Deus torna atraente a religião para aqueles que não a possuem. Alguns interpretam assim: Eles tinham caridade para com todo o povo – charin echontes pros holon ton laon. Os primeiros cristãos não limitavam suas obras assistenciais aos integrantes da comunidade cristã, mas eram liberais e extensivos. Este procedimento os recomendava muitíssimo. 3. Na igreja primitiva, os não-cristãos afluíam para os crentes. Todos os dias um ou outro não-crente agregava-se à igreja, embora não tantos como no primeiro dia. Eram aqueles que se haviam de salvar (v. 47). Veja que aqueles que Deus determinou para a salvação eterna serão, mais dia, menos dia, levados eficientemente a Jesus. E os que forem lavados a Jesus serão acrescentados à igreja em um concerto santo pelo batismo e em comunhão santa pelas outras ordenanças. Atos 20Neste capítulo, temos: I. As viagens de Paulo pela Macedônia, Grécia e Ásia, até sua chegada a Trôade (vv. 1-6). II. O relato detalhado do dia do Senhor que Paulo passou em Trôade e a ressurreição de Êutico (vv. 7-12). III. A jornada ou percurso de viagens que Paulo fez para visitar as igrejas que ele plantara a caminho de Jerusalém, aonde planejou chegar na Festa de Pentecostes (vv. 13-16). IV. O sermão de despedida que Paulo pregou aos presbitérios em Éfeso, agora que ele estava deixando aquela província (vv. 17-35). V. A despedida muito triste entre Paulo e os efésios (vv. 36-38). E em todas estas atividades vemos Paulo muito ocupado em servir a Jesus e fazer o bem aos homens, não só na conversão dos gentios, mas também na edificação dos cristãos. A Partida de Paulo de Éfeso. A Mudança de Paulo para Trôade - Atos 20:1-6
Essas viagens de Paulo são narradas com muita brevidade, pois se todos os detalhes memoráveis e dignos de serem escritos em letras de ouro tivessem sido registrados, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem (Jo 21.25). Existem apenas algumas indicações gerais das ocorrências que certamente eram as mais preciosas. Aqui está:
I
A partida de Paulo de Éfeso. Ele permanecera lá por mais tempo que em qualquer outro lugar depois que foi ordenado ao apostolado dos gentios. Já estava na hora de ele pensar em se mudar porque também era necessário que anunciasse a outras cidades o evangelho (Lc 4.43). Depois disso e até ao fim da história bíblica da sua vida (que é tudo de que dispomos), ele não iniciou nenhum trabalho novo e nem anunciou o evangelho [...] onde Cristo já houvera sido nomeado (Rm 15.20), como até aqui vinha fazendo, pois no final do próximo capítulo lemos que ele é preso, e assim permaneceu e foi deixado até o encerramento do Livro de Atos. 1. Paulo deixou Éfeso logo depois que cessou o alvoroço (v. 1), já que considerou a perturbação da ordem como indicação da Providência para mudar-se de cidade. Sua partida aplacou um pouco a raiva dos adversários e ganhou mais espaço para os cristãos dali. Currenti cede furori – É bom descansar em uma tempestade. Certos estudiosos entendem que, imediatamente antes de sair de Éfeso, ele escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios, e que o combate em Éfeso contra as bestas que ele menciona na carta (1 Co 15.32) era uma descrição figurativa desse alvoroço. Mas prefiro considerar suas palavras de modo literal. 2. Paulo não deixou Éfeso às pressas e com medo, mas partiu solenemente: Ele chamou a si os discípulos (v. 1), as principais pessoas da congregação, e, abraçando-os, saiu (diz a versão siríaca) “com o beijo de amor”, de acordo com o costume da Igreja Primitiva. Amigos amorosos não sabem que se amam até que chegue a hora da despedida, quando então se mostrará como estava próximo o coração um do outro.
II
A visita de Paulo às igrejas gregas que ele plantara e mais de uma vez regara, pelas quais ele tinha um carinho todo especial. 1. O apóstolo foi primeiro para a Macedônia (v. 1), de acordo com o seu propósito antes do desencadeamento do alvoroço (Atos 19.21). Ele visitou as igrejas que estavam em Filipos e Tessalônica, exortando[-as] os com muitas palavras (v. 2). As visitas de Paulo aos seus amigos eram visitas para pregar e suas pregações eram extensas e complexas: Eram exortações com muitas palavras. Ele tinha muito a lhes dizer e não se limitou ao tempo; ele os exortava ao cumprimento de muitos deveres, de muitas maneiras e (como interpretam certos estudiosos) “com muito raciocínio”. Suas exortações eram reforçadas com extensa variedade de motivos e argumentos. 2. O apóstolo foi à Grécia (v. 2), quer dizer, à Acaia, como acham certos estudiosos, pois também propusera ir para lá, para Corinto e regiões (Atos 19.21). E passou ali três meses (v. 3). Certamente ali ele também exortou os discípulos [...] com muitas palavras para orientá-los, confirmá-los e engajá-los a serem fiéis ao Senhor.
III
A alteração das resoluções de Paulo, pois nem sempre podemos cumprir nossos propósitos. Os imprevistos nos obrigam a fazer novos planos; por isso, ao planejarmos, estipulamos limites. 1. O apóstolo estava a ponto de navegar para a Síria (v. 3), à cidade de Antioquia, de onde fora enviado a serviço dos gentios e por onde sempre procurava passar em suas rotas de viagens. Mas ele mudou de planos e determinou voltar pela Macedônia pelo caminho que antes percorrera. 2. O motivo dessa mudança eram os judeus (v. 3) que, supondo que ele tomaria esse trajeto como sempre, preparam-lhe ciladas com o objetivo de tirar-lhe a vida. Visto que não conseguiam (por mais que tentassem) detê-lo provocando as multidões e os magistrados contra ele, maquinaram assassiná-lo. Certos intérpretes afirmam que os judeus lhe puseram ciladas para roubar o dinheiro que estava levando a Jerusalém para o socorro dos santos pobres. Mas, considerando como eram rancorosos, acredito que tinham mais sede do seu sangue do que do seu dinheiro.
IV
Os nomes dos companheiros de Paulo na viagem que fez até à Ásia (v. 4). Alguns eram ministros, talvez não todos. É provável que Sópatro, de Beréia, seja o mesmo Sosípatro citado em Romanos 16.21. Quando partiu de Éfeso (v. 1), Paulo deixou Timóteo ali e, em seguida, escreveu-lhe a primeira epístola a fim de orientá-lo como evangelista a organizar a igreja naquela cidade e em quais mãos deixá-la (veja 1 Tm 1.3; 3.14,15). Essa epístola tinha o propósito de fornecer orientações a Timóteo sobre como proceder, não só em Éfeso, onde estava agora, mas também em outras cidades onde ele seria igualmente deixado ou para onde seria enviado a fim de residir como evangelista (e orientações para ele e, certamente, para os outros evangelistas que acompanhavam o apóstolo e eram usados dessa mesma forma). Timóteo é contado entre eles, porque, assim que cumpriu suas tarefas em Éfeso, seguiu Paulo e o acompanhou com os outros mencionados aqui. Pode ser que alguém pense consistir num desperdício ter todos esses homens dignos acompanhando Paulo, pois havia mais necessidade deles onde Paulo não estava. Mas assim se procedeu: 1. Para que eles o ajudassem a ensinar as pessoas que, pela pregação do apóstolo, aceitassem Jesus. Aonde quer que Paulo fosse, as águas eram agitadas; então, havia necessidade de ajudantes para colocar os incapacitados no tanque (como em Jo 5.2-7). Estava na hora de malhar o ferro enquanto estava quente. 2. Para que os ensinasse e qualificasse para serviços futuros e seguissem a sua doutrina e modo de viver (2 Tm 3.10). A presença física de Paulo era fraca e desprezível. Esses amigos o acompanhavam para dar-lhe certeza do sucesso, apoiá-lo e chamar a atenção das pessoas, as quais, a olho nu, julgariam que havia muita coisa nele verdadeiramente valiosa que não se via pela aparência exterior. SUBSÍDIOS DA Lição 8, Paulo, o Discipulador de Vidas - CPAD INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Esta lição revela a importância de a igreja conjugar com equilíbrio a pregação evangelística com o ensino cristão. Este forma enquanto aquela chama. O pastor Antonio Gilberto, saudoso mestre das Assembleias de DEUS no Brasil, sempre ponderou a respeito de ensinar sistematicamente a Bíblia para a igreja local. O melhor espaço para isso é a Escola Dominical. Nesse espaço, ensinamos os que foram chamados pela pregação do Evangelho.
O ministério do apóstolo Paulo revela essa integralidade da missão: pregação da Palavra e ensino formativo. O apóstolo pregava o Evangelho e, também, discipulava, ensinava o povo de DEUS a guardar os mandamentos do Senhor. PONTO CENTRAL - A missão da igreja é pregar e ensinar. SÍNTESE DO TÓPICO I - O apóstolo Paulo foi discipulador com um método de, primeiramente, pregar e, em seguida, ensinar de maneira mais sistematizada.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O discipulado compreende a missão de pregar o Evangelho e ensiná-lo como caráter formativo.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O discipulado de Paulo se deu entre seus irmãos, judeus, bem como entre os gentios.
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP1
A aula sempre é um ponto de encontro entre o professor e o aluno. Ou melhor, deve ser entre mestre e discípulo. Segundo a Bíblia, vemos claramente que a relação entre JESUS e os discípulos, bem como dos apóstolos com os discípulos, era de mestre e discípulo. O mestre aplica o que ensina na própria vida, ou seja, ele ensina pelo exemplo. Já o discípulo deseja imitar o que aprendeu, aplicando o ensino na vida concreta. Não esqueça de que o objetivo da Escola Dominical é gerar imitadores de CRISTO. Conscientize a classe a respeito disso. SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de CRISTO deve acontecer numa comunidade. O crescimento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de JESUS CRISTO, porque não se pode seguir fielmente a JESUS à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministério de CRISTO” (KLAUS, Byron D. A Missão da Igreja. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 603).
As reuniões de Escola Dominical e os cultos de ensino da Palavra são instrumentos importantes para forjar o caráter cristão e formar pessoas (crianças, adolescentes, jovens e adultos) que imitem a CRISTO em suas vidas.
CONHEÇA MAIS TOP3
*Sobre o discipulado
“Na maioria das igrejas evangélicas, o discipulado é uma prática de acompanhamento e treinamento bíblico que se resume aos novos na fé. Porém, o discipulado, como processo de educação cristã, não deve ser resumido a este grupo de novos cristãos.” Para ler mais, consulte a obra “O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja”, editada pela CPAD, p.31.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“O discipulado é mais que uma aula ou um conjunto de lições que transmitem conteúdo doutrinário. Discipulado é um trabalho árduo, longo e, às vezes, até sacrificial. É um trabalho de acolhimento, integração, acompanhamento, aconselhamento e orientação espiritual.
Nesse importante ministério, temos JESUS como nosso principal modelo. Além do conteúdo ético e doutrinário acerca do Reino de DEUS transmitido por JESUS, que certamente nos serve de norte nesta questão, Ele destacou que o discipulado precisa enfocar os relacionamentos.
Nos evangelhos, aprendemos que JESUS mantinha uma excelente organização em seus níveis de relacionamento: em primeiro lugar a multidão (Lc 5.1; 6.17; 7.12); em segundo lugar, os discípulos (Lc 6.1,17); e, terceiro lugar , os apóstolos (Lc 6.13); e, por último, os três mais próximos dentre os apóstolos (Mc 14.32; 33; Lc 9.28).
Os apóstolos de JESUS também foram discípulos, pois eles aprendiam vendo, ouvindo e imitando o Mestre. É preciso lembrar que todos os apóstolos eram discípulos, mas nem todos os discípulos eram apóstolos” (SILVA, Rayfran Batista da. O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.27).[...] O discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas [...] de culturas diferentes.
PARA REFLETIR - A respeito de “Paulo, o Discipulador de Vidas”,, responda:
Em que se baseava o princípio do discipulado na Igreja Primitiva? O princípio do discipulado na igreja primitiva baseava-se na ordem da Grande Comissão que JESUS deu aos discípulos por ocasião de seu aparecimento e despedida (Mt 28.19,20).
O que vemos ao longo das cartas de Paulo? Ao longo das cartas de Paulo, vemos um compromisso profundo com a doutrina exposta e a sua aplicabilidade na vida do discípulo.
Qual é o meio que o ESPÍRITO SANTO leva pessoas à salvação? Pregar o Evangelho.
Quando o discipulado começa? O discipulado começa quando pessoas aceitam a JESUS como Salvador de suas vidas.
O que o ministério do apóstolo Paulo nos mostra acerca do discipulado? O ministério do apóstolo Paulo nos mostra que o discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas que vêm de culturas diferentes, religiões diversas e costumes na maioria das vezes incompatíveis
SUGESTÃO DE LEITURA
Manual do Discipulador Cristão, O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja, Missão Urbana
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 87, p. 40. FONTE https://ebdnatv.blogspot.com
Hb 6. PELO que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do
1- arrependimento das obras mortas e da
2- fé em Deus,
3- E da doutrina dos baptismos, e da
4- imposição das mãos, e da
5- ressurreição dos mortos, e do
6- juízo eterno.
A Comunidade dos Discípulos - Atos 2:42-47 - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Falamos frequentemente da igreja primitiva e nos referimos a ela e sua história. Nestes versículos, temos a história da igreja verdadeiramente primitiva, dos seus primórdios, da sua legítima infância. É o estado de sua maior inocência.
I
Os cristãos da igreja primitiva guardavam rigorosamente as ordenanças santas e eram profusos em todo tipo de devoção e piedade, pois o cristianismo, reconhecido em seu poder, coloca a alma em posição de ter comunhão com Deus em todas as maneiras em que Ele nos fez para conhecê-lo e prometeu nos conhecer.
1. Os primeiros cristãos eram diligentes e constantes em reunir-se para ouvir a pregação da palavra. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos (v. 42), sem jamais repudiá-la ou abandoná-la. Ou, conforme outra leitura: “Eles se mantinham constantes no ensino ou instrução dos apóstolos”. Pelo batismo, eles foram discipulados a aprender, ficando propensos ao ensino. Veja que aqueles que se entregam a Jesus devem estar plenamente cônscios da obrigação de ouvir sua palavra, pois assim lhe prestam honras e se edificam a si mesmos sobre a sua santíssima fé (Jd 20).
2. Os primeiros cristãos persistiam na comunhão dos santos. Eles continuaram firmes na comunhão (v. 42), perseverando unânimes todos os dias no templo (v. 46). Essa comunhão consistia no amor uns pelos outros e num rico relacionamento social entre eles. Tratava-se de um povo muito unido. Quando se retiraram da geração perversa, não viraram ermitões, mas se achegaram ainda mais uns aos outros e aproveitavam toda oportunidade para se reunirem. Onde quer que haja um discípulo, tem de haver mais, uma vez que são gente da mesma origem e essência. Veja como estes cristãos amam uns aos outros. Eles se preocupavam uns com os outros, demonstravam simpatia mútua e, de coração aberto, defendiam as causas uns dos outros. Comungavam juntos na adoração religiosa. Reuniam-se no templo: esse era o lugar do encontro, pois nossa comunhão conjunta com Deus é a melhor comunhão que podemos ter uns com os outros (1 Jo 1.3). Observe: (1) Os cristãos da igreja primitiva estavam todos os dias no templo (v. 46), não só nos sábados e nas festas solenes, mas em outros dias, diariamente. Adorar a Deus tem de ser nossa atividade diária, e, sempre que houver oportunidade, quanto mais vezes fizermos publicamente melhor. O Senhor ama as portas de Sião (Sl 87.2), e devemos imitá-lo. (2) Os cristãos da igreja primitiva eram unânimes (v. 46). Não havia discórdia ou discussão entre eles, somente amor santo. Com prazer e entusiasmo, eles se reuniam nos cultos públicos. Embora se agregassem aos judeus nos pátios do templo, os cristãos mantinham reuniões exclusivamente suas e eram unânimes em suas orações separadas.
3. Os primeiros cristãos juntavam-se na ordenança da Ceia do Senhor. Eles perseveravam [...] no partir do pão (v. 42), celebrando o memorial da morte do Mestre, como pessoas que não se envergonhavam de relacionar-se e depender de Jesus Cristo e este crucificado (2 Co 2.2). Eles não podiam deixar de lembrar a morte de Cristo, por isso mantinham este momento comemorativo e o tornaram prática constante, porque era uma instituição de Cristo a ser transmitida às eras sucessivas da igreja. Eles repartiam o pão em casa, kat oikon – de casa em casa. Não julgavam adequado celebrar a Ceia do Senhor no templo, visto que isso era peculiar aos estabelecimentos cristãos. Por isso, ministravam essa ordenação em casas particulares, escolhendo as casas dos cristãos convertidos conforme a praticidade, às quais os vizinhos se dirigiam. Eles iam de uma a uma destas pequenas sinagogas ou capelas domésticas, casas que continham igrejas, e lá celebravam a Ceia do Senhor com as pessoas que normalmente se reuniam ali para adorar a Deus.
4. Os primeiros cristãos perseveravam [...] nas orações (v. 42). Depois que o Espírito foi derramado, como também antes enquanto o esperavam, eles permaneceram imediatamente em oração. A oração jamais será substituída até que venha a ser absorvida no louvor perpétuo. O partir do pão se coloca entre a obra e a oração, pois se liga a ambas, e é uma forma de assistência apara ambas. A Ceia do Senhor é um sermão para os olhos e uma confirmação da palavra de Deus para nós. É um incentivo para as nossas orações e uma expressão solene da ascensão de nossa alma a Deus.
5. Os primeiros cristãos abundavam em ação de graças; sempre estavam louvando a Deus (v. 47). O louvor deve ser parte de toda oração e não algo a ser escondido num canto. Aqueles que recebem o dom do Espírito Santo devem ser ricos em louvores a Deus.
II
Os cristãos da igreja primitiva amavam uns aos outros e eram muito gentis. Suas obras de caridade eram tão valorosas quanto sua devoção. Suas reuniões nas santas ordenanças uniam os corações uns aos outros, tornando-os muito estimados e amados entre eles mesmos.
1. Os primeiros cristãos tinham freqüentes reuniões para convivência cristã: Todos os que criam estavam juntos (v. 44). Não era que todos esses milhares de pessoas estivessem em um lugar só (isto seria impraticável), mas, como explica o Dr. Lightfoot, que eles se reuniam em diversos grupos ou congregações, segundo a língua, a nação ou outra forma de associação que os mantivesse unidos. E assim se unindo, por estarem separados daqueles que não criam e por estarem na mesma categoria religiosa e prática dos deveres religiosos, o texto diz que eles estavam juntos, epi to auto. Eles se mantinham juntos e, assim, expressavam e aumentavam o amor mútuo.
2. Os primeiros cristãos tinham tudo em comum (v. 44). Talvez tivessem mesas comuns (como os antigos espartanos) para temperança, convivência, troca de idéias e ausência de formalismo. Eles comiam juntos (v. 46) para que os que tivessem muito pudessem repartir suas posses e, assim, se livrassem das tentações da abundância; e os que tivessem pouco recebessem uma porção maior e, então, se guardassem das tentações da necessidade e pobreza. Ou havia entre eles tamanha preocupação e prontidão em ajudar uns aos outros sempre que havia oportunidade que se podia dizer: eles tinham tudo em comum de acordo com a lei da amizade e benevolência. Um não queria o que o outro tinha, pois poderia tê-lo se o pedisse.
3. Os primeiros cristãos eram muito alegres e generosos no uso do que tinham. Além do aspecto religioso que havia nos banquetes sagrados (o partir do pão de casa em casa), grande parte disso aparecia nas refeições comuns: eles comiam as refeições juntos com alegria e singeleza de coração (v. 46). Eles levavam para casa o consolo da mesa do Senhor, fato que trazia duas boas conseqüências: (1) Esta prática tornava os cristãos da igreja primitiva muito amáveis e lhes aumentava o gozo santo do coração. Eles comiam o pão com alegria e bebiam vinho com bom coração, sabedores de que Deus se agradava das obras que praticavam (Ec 9.7). Ninguém tem mais motivos para ser alegre do que cristãos bondosos. É lamentável que não haja tantos corações assim hoje em dia. (2) Esta prática tornava os crentes da igreja primitiva muito liberais com os irmãos pobres e lhes aumentava a caridade do coração. Eles comiam juntos com alegria e singeleza de coração, en apheloteti kardias – com liberalidade de coração. Assim, segundo alguns. Eles não comiam seus bocados sozinhos, mas recebiam alegremente os pobres à mesa, não de má vontade, mas com sincera liberdade. Veja que convém aos cristãos serem francos e generosos, semeando com abundância em toda boa obra, como pessoas em quem Deus semeou com abundância e espera colher outro tanto.
4. Os primeiros cristãos angariaram fundos para obras assistenciais: Eles vendiam suas propriedades e fazendas (v. 45). Alguns venderam suas terras e casas, outros, seus animais e a mobília de casa e repartiram o dinheiro com os irmãos, segundo cada um tinha necessidade. O propósito não era acabar com as propriedades (segundo o Sr. Baxter), mas com o egoísmo. Por essa atitude, eles tinham provavelmente em vista o mandamento que Jesus deu ao jovem rico como teste de sinceridade: Vende tudo o que tens [e] dá-o aos pobres (Mt 19.21). A intenção não era para servir de modelo de lei obrigatória e permanentemente, como se todos os cristãos de todos os lugares do mundo fossem forçados a vender suas propriedades e dar o dinheiro para as obras assistenciais. As epístolas de Paulo, escritas depois deste fato, falam da distinção entre ricos e pobres. O próprio Jesus disse: Sempre tendes convosco os pobres (Mt 26.11), e os ricos sempre têm de fazer o bem com os salários, rendimentos e lucros de suas propriedades. Eles se tornariam impossibilitados de cumprir tal determinação, caso tivessem de vender todos os seus bens e dar tudo de uma vez. Portanto, esta situação consistia num caso à parte. (1) Os cristãos da igreja primitiva não estavam sob a obrigação de um mandamento divino para fazer isso, como se deduz das palavras de Pedro a Ananias: Não estava em teu poder? (Atos 5.4). Mas era exemplo extremamente elogiável de sua superioridade sobre o mundo, do desprezo que lhe davam, da certeza de existir outro mundo, do seu amor pelos irmãos, da compaixão pelos pobres e do grande zelo à promoção do cristianismo e cuidado em seus primórdios. Os apóstolos deixaram tudo para seguir Jesus e dedicar-se totalmente à palavra e oração. Por conseguinte, algo tinha de ser feito para seu sustento. Esta liberalidade extraordinária era semelhante à que Israel teve no deserto para a construção do tabernáculo – liberalidade que precisou ser contida (Êx 36.5,6). Nossa regra é dar conforme Deus nos abençoou. Não obstante, numa situação extraordinária como esta, é digno de louvor aqueles que dão ainda acima do seu poder (2 Co 8.3). (2) Os cristãos da igreja primitiva que procederam desse modo eram judeus, e quem cria em Jesus sabia que a nação judaica logo seria destruída, ocasionando um fim à posse de propriedades e bens. Nessa certeza, eles os vendiam para a obra de Jesus Cristo e sua igreja.
III
Deus reconhecia os crentes da igreja primitiva como filhos e lhes dava provas surpreendentes da sua presença entre eles: Muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos (v. 43). Eram milagres de diversos tipos que confirmavam a doutrina apostólica e comprovavam incontestavelmente ser ela proveniente de Deus. Quem podia fazer milagres podia sustentar milagrosamente a si e aos pobres de sua comunidade, como Jesus alimentou milhares de pessoas com um pouco de comida. Mas era para maior glória de Deus que o sustento viesse pelo milagre da graça (inclinando as pessoas a vender suas propriedades) do que se viesse pelo milagre da natureza.
Mas o ato de Deus lhes dar poder para fazer milagres não foi tudo que Ele fez por eles: Todos os dias acrescentava o Senhor à igreja (v. 47). A palavra na boca dos apóstolos fazia maravilhas, e o Senhor abençoava seus esforços em aumentar o número de crentes. Perceba que é obra de Deus acrescentar almas à igreja, fato que gera grande alívio e consolo nos ministros e cristãos.
IV
Os não-cristãos (os de fora, os curiosos, os espectadores) eram influenciados pelos milagres dos primeiros cristãos. 1. Na igreja primitiva, os não-cristãos temiam os cristãos e tinham profundo respeito por eles: Em cada alma havia temor (v. 43), quer dizer, em quase todos que viam as muitas maravilhas e sinais feitos pelos apóstolos. O medo era que a falta do devido respeito trouxesse desgraça à nação dos não-cristãos. O povo tinha muito medo dos cristãos, como Herodes teve muito medo de João Batista. Embora não tivessem pompa exterior que obrigasse respeito exterior, como as vestes compridas dos escribas lhes ocasionavam as saudações nas praças (Lc 20.46), os cristãos possuíam abundância de dons espirituais que eram verdadeiramente honrosos, gerando nos não-cristãos extrema reverência por eles. O medo vinha sobre cada alma. A alma das pessoas era estranhamente influenciada pela tremenda pregação e majestosa vida dos apóstolos. 2. Na igreja primitiva, os cristãos caíam na graça dos não-cristãos (v. 47). Embora tenhamos razão para pensar que havia aqueles que menosprezavam e odiavam os cristãos (como seguramente faziam os fariseus e os príncipes dos sacerdotes), os não-cristãos em sua maioria eram bondosos e amáveis para com eles: os cristãos da igreja primitiva caíam na graça de todo o povo. Jesus foi tão violentamente vilipendiado e menosprezado pela multidão que clamava: Crucifica-o! Crucifica-o! (Lc 21.23), que se pensaria que sua doutrina e seguidores jamais se interessariam pelo povo comum. Mas aqui o texto sacro nos informa que os cristãos estavam na graça de todos os não-cristãos, dando a entender que o povo perseguiu Jesus em virtude de um tipo de força que lhe sobreveio pela esperteza dos sacerdotes. Mas agora o povo caiu em si e voltou ao bom juízo. Observe que a devoção sincera e a caridade aberta inspiram respeito e que a alegria em servir a Deus torna atraente a religião para aqueles que não a possuem. Alguns interpretam assim: Eles tinham caridade para com todo o povo – charin echontes pros holon ton laon. Os primeiros cristãos não limitavam suas obras assistenciais aos integrantes da comunidade cristã, mas eram liberais e extensivos. Este procedimento os recomendava muitíssimo. 3. Na igreja primitiva, os não-cristãos afluíam para os crentes. Todos os dias um ou outro não-crente agregava-se à igreja, embora não tantos como no primeiro dia. Eram aqueles que se haviam de salvar (v. 47). Veja que aqueles que Deus determinou para a salvação eterna serão, mais dia, menos dia, levados eficientemente a Jesus. E os que forem lavados a Jesus serão acrescentados à igreja em um concerto santo pelo batismo e em comunhão santa pelas outras ordenanças. Atos 20Neste capítulo, temos: I. As viagens de Paulo pela Macedônia, Grécia e Ásia, até sua chegada a Trôade (vv. 1-6). II. O relato detalhado do dia do Senhor que Paulo passou em Trôade e a ressurreição de Êutico (vv. 7-12). III. A jornada ou percurso de viagens que Paulo fez para visitar as igrejas que ele plantara a caminho de Jerusalém, aonde planejou chegar na Festa de Pentecostes (vv. 13-16). IV. O sermão de despedida que Paulo pregou aos presbitérios em Éfeso, agora que ele estava deixando aquela província (vv. 17-35). V. A despedida muito triste entre Paulo e os efésios (vv. 36-38). E em todas estas atividades vemos Paulo muito ocupado em servir a Jesus e fazer o bem aos homens, não só na conversão dos gentios, mas também na edificação dos cristãos. A Partida de Paulo de Éfeso. A Mudança de Paulo para Trôade - Atos 20:1-6
Essas viagens de Paulo são narradas com muita brevidade, pois se todos os detalhes memoráveis e dignos de serem escritos em letras de ouro tivessem sido registrados, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem (Jo 21.25). Existem apenas algumas indicações gerais das ocorrências que certamente eram as mais preciosas. Aqui está:
I
A partida de Paulo de Éfeso. Ele permanecera lá por mais tempo que em qualquer outro lugar depois que foi ordenado ao apostolado dos gentios. Já estava na hora de ele pensar em se mudar porque também era necessário que anunciasse a outras cidades o evangelho (Lc 4.43). Depois disso e até ao fim da história bíblica da sua vida (que é tudo de que dispomos), ele não iniciou nenhum trabalho novo e nem anunciou o evangelho [...] onde Cristo já houvera sido nomeado (Rm 15.20), como até aqui vinha fazendo, pois no final do próximo capítulo lemos que ele é preso, e assim permaneceu e foi deixado até o encerramento do Livro de Atos. 1. Paulo deixou Éfeso logo depois que cessou o alvoroço (v. 1), já que considerou a perturbação da ordem como indicação da Providência para mudar-se de cidade. Sua partida aplacou um pouco a raiva dos adversários e ganhou mais espaço para os cristãos dali. Currenti cede furori – É bom descansar em uma tempestade. Certos estudiosos entendem que, imediatamente antes de sair de Éfeso, ele escreveu a Primeira Epístola aos Coríntios, e que o combate em Éfeso contra as bestas que ele menciona na carta (1 Co 15.32) era uma descrição figurativa desse alvoroço. Mas prefiro considerar suas palavras de modo literal. 2. Paulo não deixou Éfeso às pressas e com medo, mas partiu solenemente: Ele chamou a si os discípulos (v. 1), as principais pessoas da congregação, e, abraçando-os, saiu (diz a versão siríaca) “com o beijo de amor”, de acordo com o costume da Igreja Primitiva. Amigos amorosos não sabem que se amam até que chegue a hora da despedida, quando então se mostrará como estava próximo o coração um do outro.
II
A visita de Paulo às igrejas gregas que ele plantara e mais de uma vez regara, pelas quais ele tinha um carinho todo especial. 1. O apóstolo foi primeiro para a Macedônia (v. 1), de acordo com o seu propósito antes do desencadeamento do alvoroço (Atos 19.21). Ele visitou as igrejas que estavam em Filipos e Tessalônica, exortando[-as] os com muitas palavras (v. 2). As visitas de Paulo aos seus amigos eram visitas para pregar e suas pregações eram extensas e complexas: Eram exortações com muitas palavras. Ele tinha muito a lhes dizer e não se limitou ao tempo; ele os exortava ao cumprimento de muitos deveres, de muitas maneiras e (como interpretam certos estudiosos) “com muito raciocínio”. Suas exortações eram reforçadas com extensa variedade de motivos e argumentos. 2. O apóstolo foi à Grécia (v. 2), quer dizer, à Acaia, como acham certos estudiosos, pois também propusera ir para lá, para Corinto e regiões (Atos 19.21). E passou ali três meses (v. 3). Certamente ali ele também exortou os discípulos [...] com muitas palavras para orientá-los, confirmá-los e engajá-los a serem fiéis ao Senhor.
III
A alteração das resoluções de Paulo, pois nem sempre podemos cumprir nossos propósitos. Os imprevistos nos obrigam a fazer novos planos; por isso, ao planejarmos, estipulamos limites. 1. O apóstolo estava a ponto de navegar para a Síria (v. 3), à cidade de Antioquia, de onde fora enviado a serviço dos gentios e por onde sempre procurava passar em suas rotas de viagens. Mas ele mudou de planos e determinou voltar pela Macedônia pelo caminho que antes percorrera. 2. O motivo dessa mudança eram os judeus (v. 3) que, supondo que ele tomaria esse trajeto como sempre, preparam-lhe ciladas com o objetivo de tirar-lhe a vida. Visto que não conseguiam (por mais que tentassem) detê-lo provocando as multidões e os magistrados contra ele, maquinaram assassiná-lo. Certos intérpretes afirmam que os judeus lhe puseram ciladas para roubar o dinheiro que estava levando a Jerusalém para o socorro dos santos pobres. Mas, considerando como eram rancorosos, acredito que tinham mais sede do seu sangue do que do seu dinheiro.
IV
Os nomes dos companheiros de Paulo na viagem que fez até à Ásia (v. 4). Alguns eram ministros, talvez não todos. É provável que Sópatro, de Beréia, seja o mesmo Sosípatro citado em Romanos 16.21. Quando partiu de Éfeso (v. 1), Paulo deixou Timóteo ali e, em seguida, escreveu-lhe a primeira epístola a fim de orientá-lo como evangelista a organizar a igreja naquela cidade e em quais mãos deixá-la (veja 1 Tm 1.3; 3.14,15). Essa epístola tinha o propósito de fornecer orientações a Timóteo sobre como proceder, não só em Éfeso, onde estava agora, mas também em outras cidades onde ele seria igualmente deixado ou para onde seria enviado a fim de residir como evangelista (e orientações para ele e, certamente, para os outros evangelistas que acompanhavam o apóstolo e eram usados dessa mesma forma). Timóteo é contado entre eles, porque, assim que cumpriu suas tarefas em Éfeso, seguiu Paulo e o acompanhou com os outros mencionados aqui. Pode ser que alguém pense consistir num desperdício ter todos esses homens dignos acompanhando Paulo, pois havia mais necessidade deles onde Paulo não estava. Mas assim se procedeu: 1. Para que eles o ajudassem a ensinar as pessoas que, pela pregação do apóstolo, aceitassem Jesus. Aonde quer que Paulo fosse, as águas eram agitadas; então, havia necessidade de ajudantes para colocar os incapacitados no tanque (como em Jo 5.2-7). Estava na hora de malhar o ferro enquanto estava quente. 2. Para que os ensinasse e qualificasse para serviços futuros e seguissem a sua doutrina e modo de viver (2 Tm 3.10). A presença física de Paulo era fraca e desprezível. Esses amigos o acompanhavam para dar-lhe certeza do sucesso, apoiá-lo e chamar a atenção das pessoas, as quais, a olho nu, julgariam que havia muita coisa nele verdadeiramente valiosa que não se via pela aparência exterior. SUBSÍDIOS DA Lição 8, Paulo, o Discipulador de Vidas - CPAD INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Esta lição revela a importância de a igreja conjugar com equilíbrio a pregação evangelística com o ensino cristão. Este forma enquanto aquela chama. O pastor Antonio Gilberto, saudoso mestre das Assembleias de DEUS no Brasil, sempre ponderou a respeito de ensinar sistematicamente a Bíblia para a igreja local. O melhor espaço para isso é a Escola Dominical. Nesse espaço, ensinamos os que foram chamados pela pregação do Evangelho.
O ministério do apóstolo Paulo revela essa integralidade da missão: pregação da Palavra e ensino formativo. O apóstolo pregava o Evangelho e, também, discipulava, ensinava o povo de DEUS a guardar os mandamentos do Senhor. PONTO CENTRAL - A missão da igreja é pregar e ensinar. SÍNTESE DO TÓPICO I - O apóstolo Paulo foi discipulador com um método de, primeiramente, pregar e, em seguida, ensinar de maneira mais sistematizada.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O discipulado compreende a missão de pregar o Evangelho e ensiná-lo como caráter formativo.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O discipulado de Paulo se deu entre seus irmãos, judeus, bem como entre os gentios.
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP1
A aula sempre é um ponto de encontro entre o professor e o aluno. Ou melhor, deve ser entre mestre e discípulo. Segundo a Bíblia, vemos claramente que a relação entre JESUS e os discípulos, bem como dos apóstolos com os discípulos, era de mestre e discípulo. O mestre aplica o que ensina na própria vida, ou seja, ele ensina pelo exemplo. Já o discípulo deseja imitar o que aprendeu, aplicando o ensino na vida concreta. Não esqueça de que o objetivo da Escola Dominical é gerar imitadores de CRISTO. Conscientize a classe a respeito disso. SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de CRISTO deve acontecer numa comunidade. O crescimento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de JESUS CRISTO, porque não se pode seguir fielmente a JESUS à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministério de CRISTO” (KLAUS, Byron D. A Missão da Igreja. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 603).
As reuniões de Escola Dominical e os cultos de ensino da Palavra são instrumentos importantes para forjar o caráter cristão e formar pessoas (crianças, adolescentes, jovens e adultos) que imitem a CRISTO em suas vidas.
CONHEÇA MAIS TOP3
*Sobre o discipulado
“Na maioria das igrejas evangélicas, o discipulado é uma prática de acompanhamento e treinamento bíblico que se resume aos novos na fé. Porém, o discipulado, como processo de educação cristã, não deve ser resumido a este grupo de novos cristãos.” Para ler mais, consulte a obra “O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja”, editada pela CPAD, p.31.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“O discipulado é mais que uma aula ou um conjunto de lições que transmitem conteúdo doutrinário. Discipulado é um trabalho árduo, longo e, às vezes, até sacrificial. É um trabalho de acolhimento, integração, acompanhamento, aconselhamento e orientação espiritual.
Nesse importante ministério, temos JESUS como nosso principal modelo. Além do conteúdo ético e doutrinário acerca do Reino de DEUS transmitido por JESUS, que certamente nos serve de norte nesta questão, Ele destacou que o discipulado precisa enfocar os relacionamentos.
Nos evangelhos, aprendemos que JESUS mantinha uma excelente organização em seus níveis de relacionamento: em primeiro lugar a multidão (Lc 5.1; 6.17; 7.12); em segundo lugar, os discípulos (Lc 6.1,17); e, terceiro lugar , os apóstolos (Lc 6.13); e, por último, os três mais próximos dentre os apóstolos (Mc 14.32; 33; Lc 9.28).
Os apóstolos de JESUS também foram discípulos, pois eles aprendiam vendo, ouvindo e imitando o Mestre. É preciso lembrar que todos os apóstolos eram discípulos, mas nem todos os discípulos eram apóstolos” (SILVA, Rayfran Batista da. O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.27).[...] O discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas [...] de culturas diferentes.
PARA REFLETIR - A respeito de “Paulo, o Discipulador de Vidas”,, responda:
Em que se baseava o princípio do discipulado na Igreja Primitiva? O princípio do discipulado na igreja primitiva baseava-se na ordem da Grande Comissão que JESUS deu aos discípulos por ocasião de seu aparecimento e despedida (Mt 28.19,20).
O que vemos ao longo das cartas de Paulo? Ao longo das cartas de Paulo, vemos um compromisso profundo com a doutrina exposta e a sua aplicabilidade na vida do discípulo.
Qual é o meio que o ESPÍRITO SANTO leva pessoas à salvação? Pregar o Evangelho.
Quando o discipulado começa? O discipulado começa quando pessoas aceitam a JESUS como Salvador de suas vidas.
O que o ministério do apóstolo Paulo nos mostra acerca do discipulado? O ministério do apóstolo Paulo nos mostra que o discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas que vêm de culturas diferentes, religiões diversas e costumes na maioria das vezes incompatíveis
SUGESTÃO DE LEITURA
Manual do Discipulador Cristão, O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja, Missão Urbana
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 87, p. 40. FONTE https://ebdnatv.blogspot.com