Combatendo A Tentação

 



[Tiago 1.13-15] 13 Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. 14 Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. 15 Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.


O problema da tentação


Marco Antônio foi um célebre militar e político romano da fase final da República. Era também um exímio orador, reconhecido como “garganta de prata de Roma”. Por ser creditado a ele as qualidades de homem brilhante, líder forte e arrojado, soldado valente e corajoso, o imperador Júlio César (seu tio em segundo grau), decidiu fazer de Marco Antônio seu principal representante político em Roma (visando fazer dele o seu sucessor).
Plutarco, famoso escritor grego, comentou que “por fora, Marco Antônio era impressionante e magnífico, mas por dentro ele era fraco e vulnerável.”
A juventude de Marco Antônio se caracterizou pela falta de uma adequada orientação paterna. Ele e seus irmãos juntaram-se a um jovem e excêntrico político chamado Clódio (que militava entre os Populares – a “esquerda” do senado romano). O grupo passava os dias nas tavernas, visitando bordéis, vadiando nas saunas e nos antros de jogatina, envolvendo-se em escândalos amorosos e, sobretudo, bebendo muito. Em consequência, antes de completar vinte anos, Marco Antônio já estava endividado, devendo cerca de 250 talentos (6 milhões de sestércios – antiga moeda romana; equivalente a 8 toneladas de ouro, prata ou bronze). Em 58 a.C. (com apenas 25 anos!), ele partiu para a Grécia, em parte para escapar de seus credores.
Conta-se que essa marca no caráter de Marco Antônio enfurecia de tal modo o seu tutor grego que, em certa ocasião, ele teria desabafado aos berros na cara de seu pupilo:
“Marco, Marco. Oh, Marco! Oh, criança colossal… Capaz de conquistar o mundo, mas incapaz de resistir a uma tentação!”
Essa descrição não se encaixa apenas em Marco Antônio. Infelizmente, ela se aplica a muitos de nós hoje. Estamos falando de gente boa, talentosa, habilidosa, extremamente capaz, mas que é incapaz de dominar seus impulsos e, por isso, destrói suas chances de grandes conquistas e plena felicidade para a glória de Deus.


Formas de tentações


São variadas as formas de tentações. O mundo, a carne e o diabo são bastante criativos na hora de nos tentar com seus prazeres passageiros. O Novo Testamento, no entanto, parece nos apresentar as tentações mais comuns em três categorias bem definidas.
Há, segundo os autores sagrados, três tipos de pecados dos quais nós devemos fugir. Sugerindo, portanto, as três formas mais comuns ou abrangentes de tentações.
1 Idolatria
1Co 10.14 – Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria.
 
1Jo 5.21 – Filhinhos, guardem-se [ideia de isolamento vigilante] dos ídolos.
Ídolo é tudo o que se interpõe entre nós e Deus. Qualquer coisa que valorizamos acima de Deus pode ser um ídolo. Tudo o que nos domina e nos controla é uma forma de ídolo. Aquilo que mais nos apetece e dá prazer pode ser um ídolo. Portanto, pode ser um ídolo a comida, a bebida, o sexo (lícito e ilícito), as drogas (lícitas e ilícitas), os relacionamentos, o trabalho, os filhos, a saúde, etc.
2 Imoralidade
1Co 6.18 – Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.
 
2Tm 2.22 – Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor.
Imoralidade envolve a sexualidade, mas vai além. Paulo, escrevendo à Timóteo, fala dos “desejos malignos da juventude” – isto é, tudo aquilo que foge do domínio próprio [Paulo a Félix: justiça, domínio próprio e juízo vindouro – At 24.25], da temperança, da fé, do amor, da paz e de um coração puro.
3 Materialismo
1Tm 6.10-11 – 10 pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos. 11 Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão.
O materialismo (ganância, cobiça) é um tipo de idolatria e merece uma categoria especial por estar tão difundido na sociedade contemporânea – dinheiro, grife, status, poder, fama, beleza, sensualidade, etc. O deus materialista nos transforma em pessoas injustas, impiedosas, sem fé, sem amor, inconstantes e explosivas (v. 11):
Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão.
Pois bem, as formas de tentações são diversas e variadas, e os inimigos de nossa alma são bastante criativos. Devemos, pois, “fugir” indiscriminadamente das tentações e nos guardar dela em isolamento vigilante.
Que é tentação?
Como saber se o objeto do nosso desejo é uma tentação a ser combatida?
Toda vez que o desejo distorcer o objeto ou o uso do objeto desejado (comida, outra pessoa, dinheiro, etc.) e desonrar a Deus ele deverá ser tratado como uma tentação e, portanto, combatido.
Paulo, falando da imoralidade sexual, por exemplo, nos dá uma dica de como discernir a tentação a ser combatida.
1Ts 4.1-8 – 1 Quanto ao mais, irmãos, já os instruímos acerca de como viver a fim de agradar a Deus e, de fato, assim vocês estão procedendo. Agora lhes pedimos e exortamos no Senhor Jesus que cresçam nisso cada vez mais. 2 Pois vocês conhecem os mandamentos que lhes demos pela autoridade do Senhor Jesus. 3 A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. 4 [distorção do objeto desejado] Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, 5 [desonra a Deus] não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. 6 [distorção do objeto desejado] Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. 7 [desonra a Deus] Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. 8 Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo.
Portanto, todo desejo que distorce o objeto ou o uso do objeto desejado e desonra a Deus é uma tentação a ser combatida, sob pena de perecer eternamente quem a ela viver cedendo (cf. vs. 6b-8).


O risco da tentação não combatida


Jesus e o apóstolo Paulo afirmaram que quem não combate a tentação demonstra não estar perseverando para a salvação (nuca foi salvo):
Mt 10.22 – Todos odiarão vocês por minha causa, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
 
Mt 24.12-13 – 12 Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, 13 mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
 
Cl 1.22-23 – 22 Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação, 23 desde que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se afastarem da esperança do evangelho, que vocês ouviram e que tem sido proclamado a todos os que estão debaixo do céu. Esse é o evangelho do qual eu, Paulo, me tornei ministro.
 
2Ts 2.13 – Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque desde o princípio Deus os escolheu para serem salvos mediante a obra santificadora do Espírito e a fé na verdade.
No combate à tentação, devemos ser radicais:
Mt 5.28-30 – 28 Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29 Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. 30 E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno.
 
Nota da Bíblia de Estudos NAA: “O lado direito costumava representar o mais poderoso ou mais importante. O olho é o meio pelo qual a pessoa é tentada a luxuriar, e a mão representa as ações físicas resultantes da luxúria. Arranque-o/Corte-a: Jesus usa um exagero deliberado para enfatizar a importância de manter uma devoção exclusiva ao cônjuge. Mesmo coisas de grande valor devem ser abandonadas se levarem uma pessoa ao pecado.”
 
1Pe 2.11-12 – 11 Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. 12 Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles os acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção.
 
Cl 3.5-8 – 5 Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. 6 É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, 7 as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas. 8 Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente.
Há ainda outros textos nos quais Paulo afirma que quem não combate a tentação não herdará o reino de Deus (Gl 5.18-21; 1Co 6.8-11). Em Hebreus nós lemos que sem santificação ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Portanto, não corra riscos, combata a tentação.


Combatendo a tentação


Se tentação é tudo aquilo que distorce o objeto de desejo e desonra a Deus, e se a tentação não combatida pode ser indício de que nunca houve salvação para o pecador, como combater a tentação?
O texto de Tiago (Tg 1.13-15) que nós lemos no início nos servirá de guia de combate nessa batalha de vida ou morte. Tiago 1.13-15 é a nossa “arte da guerra”.
1 A tentação é inevitável
Tg 1.13 – Quando alguém for tentado, […]
Note que Tiago não diz “SE alguém for tentado”, mas “QUANDO alguém for tentado”.
Todo ser humano é concebido com a semente do pecado (a inclinação da carne) e, quando ele nasce, já nasce pecador (Sl 51.5). Isso implica que durante toda a vida, desde a mais tenra idade, cada um de nós travará um combate de vida ou morte contra a tentação.
Cada um de nós viverá, a vida toda, combatendo os desejos que distorcem os objetos de nossos desejos e desonram a Deus – isto é, viveremos combatendo a tentação.
A tentação é inevitável, mas ela em si não é pecado. Ser tentado não é pecado. Pecado é ceder à tentação. É muito importante que se esclareça isso, pois muita gente já se sente derrotada antes mesmo de começar o combate, só porque a tentação começou a bater-lhe à porta.
Alguém já disse que “Tentação é o tentador espiando pelo buraco da fechadura da porta de sua casa. Pecado é você destrancar a porta e deixar o tentador entrar”. Não podemos evitar que alguém pare à nossa porta e olhe pelo buraco da fechadura, mas podemos controlar a fechadura. Reforçá-la.
Portanto, no combate contra a tentação, precisamos saber que:
todos nós fomos, somos e seremos tentados;
a tentação em si não é pecado;
o pecado vem à luz quando cedemos à tentação.
2 A tentação não vem de Deus
Tg 1.13 – Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
Todos nós somos testados e tentados. Nossos testes podem vir de Deus, mas as tentações nunca vêm dele. O teste tem como objetivo aumentar a nossa fé, já a tentação tem como propósito acabar com a nossa fé.
Sobre testes, Tiago disse assim:
Tg 1.2-4 – 2 Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações [testes], 3 pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. 4 E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma.
Sobre tentações, o mesmo Tiago disse assim:
Tg 1.13-15 – 13 Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado [testado] por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. 14 Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido15 Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.
Testes completados com êxito nos amadurecem. Tentações consumadas nos apodrecem para a morte eterna.
É muito importante que se saiba disso, pois, na hora da tentação, ou mesmo depois de se ter consumado o pecado, jamais devemos supor que Deus tenha nos colocado em tal ou qual situação vulnerável. Deus nunca nos tenta (seduz) a pecar. A primeira pessoa a ter sugerido que Deus nos coloca em situação vulnerável ao pecado foi Adão, quando, após ter pecado, ele disse: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi” (Gn 3.12).
Que ninguém, jamais, pense que a tentação é um teste de Deus, “pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg 1.13).
3 A tentação é previsível
Tg 1.14-15 – 14 Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. 15 Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.
3.1. Existe uma propensão ao pecado no coração do pecador:
Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo,
3.2. O pecado é sábio e sedutor; ele sabe nos seduzir com a isca certa:
sendo por este arrastado e seduzido.
3.3. O pecador é convencido (“concebido” – aprisionado pelas provas que ajuntou) e fica dando à luz o pecado (o verbo está no presente, ativo, indicativo – ação contínua):
Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado,
3.4. O pecador é destruído pelo pecado. O pecado fica trazendo à luz morte. Ele fica produzindo frutos mortos (verbo no presente, ativo, indicativo – ação contínua):
e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.
Pronto! Assim é a tentação. Ela é sábia e sedutora. Sempre encontra um terreno propício no coração do pecador. O pecador, por sua vez, sempre arruma desculpas para pecar e no final ele sempre acaba produzindo de novo e de novo frutos de morte. Ele continua infeliz.
A tentação é previsível, mas sempre caímos na tentação!
Estratégias de combate
Agora que construímos um entendimento bíblico mais completo sobre a tentação, nós precisamos completar o treinamento básico de combate a esse gigante com algumas estratégias práticas.
1 Nunca se julgue forte demais para resistir
1Co 10.11-12 – 11 Essas coisas aconteceram a eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos. 12 Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!
2 Sempre haverá um escape para a tentação
1Co 10.13 – Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.
3 Vigie e ore para não cair em tentação
Mt 6.13 – E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal,
 
Mt 26.41 – “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.”
4 Escolha a arma certa para combater cada tentação
4.1. Há tentações que precisam ser resistidas (combatidas)
Tg 4.7 – Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.
Resistir ou combater, mas como? Pela Palavra, assim como Jesus fez quando o Diabo o tentou no deserto (Mt 4.1-11). É interessante que na armadura de Deus em Efésios 6.10-18 há apenas uma arma ofensiva, de resistência, de combate, isto é, a espada do Espírito:
Ef 4.17 – Usem […] a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
“Palavra de Deus” significa “aquilo que foi dito por Deus”, isto é a Bíblia toda. Portanto, (1) as tentações que travamos na mente, (2) as dúvidas que nos perturbam no coração, (3) as insinuações diabólicas com as quais nos deparamos no dia a dia, (4) as promessas do pecado e (5) os impasses da vida, precisam todos ser vistos e resistidos com a palavra de Deus guardada no coração e confessada com os lábios.
Sl 119.9-11 – 9 Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. 10 Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. 11 Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti.
Resista!
4.2. Há tentações que precisam ser evitadas (Recue! Fuja delas!)
Bons líderes militares sabem que há ocasião para resistir e ocasião para recuar. Portanto, lembre-se, conforme já dissemos, que diante de algumas tentações nós não seremos eficazes se tentarmos resistir. Diante delas, teremos de fugir: fugir da idolatria (1Co 10.14), fugir da imoralidade (1Co 6.18; 2Tm 2.22) e fugir do materialismo (1Tm 6.10-11).
Fugir foi a arma que José do Egito usou contra as investidas e o assédio sexual da mulher de Potifar (Gn 39.1-12).
Sobre a tentação, Mark Twain disse o seguinte:
Há várias formas boas de se combater a tentação, a mais certa, porém, é a covardia. Fuja!
Há tentações que requerem de nós não a coragem para resisti-las, mas a covardia para nos recuarmos dela. Jó sabia disso:
Jó 31.1 – “Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças”.
Os olhos de Jó fugiam de determinadas situações, pois ele sabia que se não fosse assim ele não resistiria a tentação. Descobrimos que era assim que ele pensava (e pensava corretamente!), quando lemos mais adiante nesse mesmo capítulo o seu desabafo de defesa:
Jó 31.7 – se meus passos desviaram-se do caminho, se o meu coração foi conduzido por meus olhos, ou se minhas mãos foram contaminadas, [ou seja, eu não fiz nada disso!].
Os olhos seduzem o coração e o coração dirige nossos pés e mãos. Portanto, saiba a hora de resistir e a hora de recuar. Saiba a hora de encarar com fé e a hora de escapar com força, com os olhos fechados.
4.3. Há tentações que precisam ser revertidas (sublimadas, transformadas):
Há tentações que precisam ser resistidas, tentações que precisam ser evitadas e tentações que precisam ser revertidas ou sublimadas (purificadas, transformadas, exaltadas).
Para quem é tentado a querer ser rico por pura ganância, por exemplo, Paulo diz que tal pessoa precisa aprender a ser generosa (1Tm 6.9-10, 17-19).
Seja como for, (1) nuca se julgue forte demais para resistir a tentação, (2) saiba que sempre haverá um escape para a tentação, (3) vigie e ore para não cair em tentação, e (4) escolha a arma certa para combater cada tentação.
5 Cuidado com influências que podem lhe tentar ao pecado
Pv 13.20 – Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.
 
Pv 4.14-16 – 14 Não siga pela vereda dos ímpios nem ande no caminho dos maus. 15 Evite-o, não passe por ele; afaste-se e não se detenha. 16 Porque eles não conseguem dormir enquanto não fazem o mal; perdem o sono se não causarem a ruína de alguém.
 
Rm 13.13-14 – 13 Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. 14 Ao contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne.
 
2Co 6.14-16 – 14 Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? 15 Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente? 16 Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois somos santuário do Deus vivo.
Combatendo a tentação
Para vencer a tentação é preciso de um tipo de fé como a de Moisés. Ele reconheceu os prazeres do pecado, mas calculou corretamente o custo. O prazer do pecado é passageiro. Portanto, ele nunca valerá a pena, por mais tentador que ele seja.
Hb 11.24-27 – 24 Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó, 25 preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. 26 Por amor de Cristo, considerou sua desonra uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa. 27 Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível.
MARCO ANTÔNIO nuca contou o custo dos prazeres passageiros do pecado. Apaixonou-se por Cleópatra e com ela adulterou. Tal relacionamento lhe custou a esposa, os filhos e a possibilidade de se tornar o primeiro grande imperador romano após Júlio César.
O relato final da vida de Marco Antônio é deprimente:
Chocados com a deserção de seu comandante, os soldados de Marco Antônio renderam-se a Agripa. Em Alexandria, no Egito, Marco Antônio e Cleópatra se entregaram a banquetes e bebedeiras, tentando esconder o desespero face ao seu destino iminente, enquanto as forças militares de Otávio se aproximavam, inflexivelmente, do Egito.
Quando as últimas tropas ainda leais a Marco Antônio o desertaram, ele decidiu matar-se, de acordo com a tradição romana. Mas há outra versão, segundo qual ele se matou, jogando-se contra sua própria espada, ao ser informado do suposto suicídio de Cleópatra.
Na verdade, a rainha aguardou a chegada de Otávio e teria tentado algum tipo de acordo com ele. Somente quando se convenceu de que seria levada prisioneira para Roma para participar do Triunfo do vencedor, foi que ela se fez matar, provavelmente, recorrendo a uma serpente venenosa (uma naja, escondida num jarro de badulaques).
Que tragédia!
A tentação é sim capaz de destruir homens e mulheres, se não for combatida com fé na graça futura de Deus. Então ande pelo Espírito e combata a tentação:
Gl 5.16 – Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne.
Reconheça-se vulnerável. Escravo do pecado.
Confesse o pecado a Deus.
Receba a Cristo no coração.
Viva pelo Espírito, e de modo nenhum você satisfará a carne.

fonte https://www.sibgoiania.org