Lição 13 - 4º trimestre 2021 - Revestidos de toda a armadura de Deus

 

 Lição 13 – 26 de dezembro de 2021 – Editora BETEL

Revestidos de toda a armadura de Deus

SLIDES VISUALIZAR / BAIXAR


HINOS SUGERIDOS

♫ Hino 108 

♫ Hino 212 

 

♫ Hino 225 

♫ Hino 285 

 

 Sobre o cristão e a batalha espiritual

Depois de mostrar aos efésios o padrão cristão para os vários aspectos da vida cotidiana, o apóstolo Paulo conduz-nos para dentro de um ambiente de guerra. Não se trata de uma guerra comum, física ou política, mas de uma guerra espiritual, em que se luta com armas espirituais. O apóstolo mostra como enfrentar e vencer os inimigos nessa batalha, apresentando um equipamento individual, com o qual, devidamente preparado, o crente pode lutar.

Toda e qualquer batalha requer preparação e estratégia. Ninguém se lança numa luta despreparado. Essa preparação requer cuidados que se tornam indispensáveis para o sucesso da batalha.

"No demais, irmãos meus" é uma frase própria de um relacionamento bem pessoal do apóstolo. O uso das palavras "irmãos meus" denota uma linguagem tipicamente cristã, porque indica uma família, a família de Deus. Essa família espiritual não conhece diferenças de cor, língua, raça ou sangue, mas reúne brancos, negros, amarelos e vermelhos, que formam uma só família em Cristo, tendo como Pai o nosso grande Deus e Senhor.

"... fortalecei-vos" ou "sede fortalecidos". A palavra no grego é endunamousthe e significa fortaleza, tornar-se forte. Outra palavra no grego com o mesmo sentido é krataioomai, que quer dizer "ser fortalecido""ser corroborado". Ninguém poderá entrar numa batalha enfraquecido. O convite do apóstolo — "fortalecei-vos" — implica na busca de poder espiritual que capacita o crente a enfrentar os inimigos no campo de batalha. Paulo sabia que essa luta é renhida e requer força espiritual, por isso ele induz os crentes à busca de poder.

De que tipo de fortalecimento Paulo fala e qual a sua fonte? Note a continuação da frase: "fortalecei-vos nos Senhor e na força do seu poder". Observe que o texto deve ser interpretado espiritualmente. Não se trata de fortalecimento físico, mas espiritual. O crente por si mesmo e com suas próprias forças jamais poderá suportar uma guerra espiritual. Inimigos espirituais são enfrentados com armas espirituais.

"Fortalecei-vos no Senhor" implica um fortalecimento de nossa posição n’EIe, isto é, no Senhor. Estamos n’Ele, posicionados n’Ele, como os membros estão no nosso corpo. As mãos e os pés sustentam o corpo; se uma das mãos ou um dos pés estiver sem força, todo o corpo sofrerá. As mãos e os pés têm sua posição no corpo, e, para o bem do corpo, cada mão ou cada pé deve ser fortalecido. Paulo fortalecia sua posição no Senhor e por isso diz: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece".

Donde procede essa força espiritual que capacita o crente a lutar contra inimigos espirituais? Tal força procede do poder de Deus, como afirma o texto: "e na força do seu poder". Esse poder e força se encontram na fortaleza do Senhor.

"Revesti-vos de toda a armadura de Deus". Duas coisas que devem ser conhecidas pelo lutador espiritual se destacam nesse versículo. Em primeiro lugar, o crente deve conhecer a armadura de Deus, que é o equipamento pessoal de guerra. O texto inicia com um convite: "Revesti-vos". A palavra "revestir" dá a ideia de vestir sobre outra vestimenta, pois o significado da expressão é "vestir de novo". Entendo que, nessa luta espiritual, é necessário mais que as armas próprias do crente, que são válidas, mas incapazes de vencer esses inimigos. Por isso, o convite é: "Revesti-vos" da "armadura de Deus". Nos versos 14 a 17 temos a especificação das armas defensivas e ofensivas. A palavra "armadura" está no original grego como panoplia, que inclui todas as armas; não só um tipo de armamento, mas todas as peças do armamento. A lição que aprendemos aqui é que o crente, para lutar, precisa estar devidamente equipado para a luta, isto é, precisa vestir-se com todas as peças indispensáveis da armadura espiritual — "Revesti-vos de toda a armadura de Deus". Um equipamento incompleto torna o crente vulnerável aos ataques satânicos.

Em segundo lugar, o lutador precisa conhecer "as astutas ciladas do diabo". A expressão "astutas ciladas" pode ser explicada por outros termos que ajudarão na elucidação do texto. A palavra grega methodia quer dizer métodos, e "astutas ciladas" podem ser traduzidas por "métodos artificiosos", isto é, meios de engano. Portanto, para a methodia de Satanás o crente tem aplanopia de Deus. Esses artifícios são ciladas perigosas que surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente desprevenido, tanto na esfera física, como moral, material e espiritual.

"Para que possais estar firmes". O verbo "poder" tem uma conotação especial nesse versículo. Ele tem a ver com a capacitação espiritual para a batalha. Os soldados nas organizações militares são treinados para a guerra: para a defesa e para o ataque; assim também ocorre no plano espiritual. A igreja é o quartel general, onde o soldado de Cristo é preparado e capacitado para a batalha espiritual. Nosso general é Cristo, e o Espírito Santo é o instrutor que capacita o crente para a batalha. Não se trata aqui de capacitação intelectual, mas espiritual. Somos capacitados pela Palavra, isto é, a Palavra é que nos habilita para o combate.

Toda batalha tem seu campo de ação e envolve todos os aspectos próprios de uma guerra, como o lugar de combate, os inimigos, a estratégia, as armas de defesa e de ataque etc. O campo de batalha espiritual não se limita a alguma área geográfica e terrena, mas abrange todo e qualquer lugar onde o reino de Deus esteja. Onde estiver um crente fiel sequer, ali se tornará um campo de batalha.

O apóstolo declara enfaticamente que essa batalha não é física nem terrena, mas espiritual. Essa declaração está no versículo 12: "Porque não temos de lutar contra a carne e o sangue". A expressão "carne e o sangue" denota a espécie da batalha. Não é luta humana de homens contra homens, mas é luta espiritual contra inimigos espirituais. A palavra "lugar" aparece no grego como palé e indica o tipo de luta individual, corpo a corpo. Paulo usou essa palavra baseado no tipo de luta que havia nos jogos gregos e, posteriormente, nas arenas romanas, onde os lutadores lutavam corpo a corpo até a morte de um deles. O que Paulo queria dizer com a expressão "carne e sangue" é que não se tratava de uma luta carnal ou material.

"... nos lugares celestiais". Mais uma vez fortifica-se o fato de que se trata de uma luta espiritual, não terrena. No grego, a frase "nos lugares celestiais" aparece como en tois epouraniois. Algumas versões preferem "regiões celestiais". Onde acontece essa batalha? É na Terra ou fora da Terra? É uma batalha visível ou invisível? Claro que não podemos apontar algum ponto no espaço ou na Terra nem esperar algum tipo de combate material, porque a batalha é espiritual, e só os espirituais podem lutar e conhecer esses inimigos, que são espirituais (1Co 2). Diversas vezes encontramos a expressão "regiões [lugares] celestiais" na carta aos Efésios.

Esses "lugares celestiais" possuem conotações distintas em algumas das vezes citadas na carta. A palavra "lugares", no plural, indica que há mais de um lugar nas regiões celestiais. Nas passagens de Efésios 1.3 e 2.6, esses "lugares celestiais" indicam a posição do crente em Cristo. Uma posição elevada, isto é, colocada acima da vida do mundo. Entretanto, no texto de 6.12, o significado da expressão "lugares celestiais" é outro. Indica os lugares onde Satanás e suas hostes habitam e comandam toda a sua guerra contra Deus e contra os remidos do Senhor.

O combate do crente contra as forças do mal é nas "regiões [lugares] celestiais". Como a batalha é espiritual, resta ao crente lutar com as armas espirituais contra poderes espirituais. O ataque de Satanás é contra a nossa posição espiritual. Ele quer nos fazer descer para o plano carnal e material para dominar sobre nós. Nossa luta "nos lugares celestiais" é para conservar a nossa posição em Cristo.

Destacam-se alguns inimigos que estão sob o mesmo comando de Satanás.

1. O diabo — versículo 11.

"... astutas ciladas do diabo". Esse versículo identifica pessoalmente o diabo como o inimigo número um dos remidos. Quem é ele? O diabo é um "querubim" caído (Ez 28.12-17). É o chefe geral de todos os anjos que o acompanharam na sua rebelião contra Deus. Ele é chamado "o príncipe deste mundo" (Jo 12.31); "o deus deste século" (2Co 4.4). "É o grande dragão""a antiga serpente" etc. Ele é o principal inimigo do crente nessa batalha. Ele combate pessoalmente e comanda seus espíritos maus contra o crente.

2. hostes espirituais da maldade — versículo 12.

Essas hostes incluem várias ordens ou classes de espíritos caídos. O reino de Satanás é organizado em hostes especiais. O texto apresenta basicamente três categorias de inimigos que são os escalões de Satanás. "... contra os principados, contra as potestades". São dois tipos de ordens angelicais de Satanás que designam espíritos que exercem atividades de comando sobre outros demônios contra os remidos. A expressão "príncipes das trevas deste século" é a mesma coisa que designar, como está em algumas versões: "governadores das trevas" ou "dominadores mundiais das trevas". Eles são espíritos que comandam o entenebrecimento espiritual (as trevas) neste século.

"Portanto, tomai toda a armadura de Deus". O apóstolo ordena a posse dessas armas com um imperativo: TOMAI. Ele não ordenou que se fizessem armas, mas que se tomassem as armas existentes. Não há o que nos possa preocupar. As armas existem e estão à disposição dos remidos. As armas humanas são frágeis e impróprias para essa batalha espiritual.

"... para que possais resistir no dia mau". O "dia mau" não precisa ser especificamente um dia de 24 horas, mas pode representar aquele dia, ou hora ou minuto em que somos surpreendidos com doenças, tentações, circunstâncias inesperadas etc. Para que possamos resistir nesse "dia mau", precisamos estar alerta, tomando posse das armas espirituais que nos capacitam para a resistência.

"... e, havendo feito tudo, ficar firmes". Depois de havermos superado as dificuldades e termos vestido toda a armadura de Deus, resta apenas estarmos em pé para o combate. Nossa armadura espiritual não é para ser exibida, mas para ser usada contra o inimigo. Visto que o adversário é sagaz e cheio de malícia, o soldado de Cristo não pode descuidar-se: ele deve "estar firme", isto é, estar em pé com o sentido de prontidão para qualquer eventualidade de ataque do inimigo.

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2021, ano 31 nº 121 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – Efésios – Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia e glória de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen. fonte https://www.revistaebd.com